Tenha Fé

"Disse-lhes ele: Por causa da vossa pouca fé; pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele há de passar; e nada vos será impossível." Mateus 17:20

No contexto de nossa reflexão, encontramos Jesus a repreender os discípulos pela falta de fé. Eles haviam fracassado na tentativa de curar um menino epiléptico e queriam saber de Jesus a razão do seu fracasso. O Mestre acrescenta que mesmo uma fé pequena -- do tamanho de um simples grão de mostarda seria suficiente para dar a vitória sobre as limitações normais da vida.

Como desejamos ter mais fé! Há exemplos bíblicos que nos inspiram há muitas vidas que, no decorrer dos anos, têm demonstrado uma fé inabalável nas promessas de Deus. Alguém fez uma sugestão prática para os cristãos nas suas petições. Quando pedirmos que Deus remova uma montanha, no sentido figurativo, creiamos que Ele realmente a removerá e, ao mesmo tempo, vamos ajudá-lo, tirando as pedras que nos são possíveis remover. Jesus Cristo nos exorta a orar e crer que o impossível há de ser realizado. É um desafio para nós crermos, de fato, nas suas palavras!

George Muller, que mantinha um grande orfanato em Bristol, na Inglaterra, era homem de fé. Abrigou, durante os anos de sua vida, mais de 10.000 órfãos. Era homem que confiava em Deus para a provisão das necessidades do orfanato. Nunca solicitou aos homens ofertas para a sua manutenção; preferiu confiar exclusivamente em Deus. Ele deu o testemunho da sua fé, dizendo: "Nunca há um tempo quando não se possa esperar em Deus. Não importa quais são as necessidades, ou o tamanho das dificuldades, devemos sempre esperar no Senhor." A sua fé foi recompensada. Nunca houve falta de provisões no seu orfanato, e o seu exemplo tem servido de inspiração para milhares de pessoas através do mundo.

Jesus disse: "Por isso vos digo que tudo o que pedirdes em oração, crede que o recebereis, e tê-lo-eis" (Marcos 11:24).

Busca teu Tesouro - Não pare nas coisas pequenas...

Este é o tema de uma música do Ministério Shalom, que aliás gosto muito! A letra consegue traduzir em parte, o que procuro viver e expressar com meus atos. É um recado de Deus que partilho com você:

“Pra que perder-se em caminhos que se acabam, pra que parar o olhar em coisas que passam.
Eu sou teu Deus, teu Senhor, teu Pai, teu bem; vem, levanta ao alto teu olhar e ergue a cabeça, foi para o Céu que eu te criei, para a eternidade eu te chamei, de que vale tua vida parada em coisas pequenas; de que vale teu coração preso no que é vão.
Busca o que já é teu, o amor já venceu, busca teu tesouro.”

Acredito que quando experienciamos o amor de Deus e, descobrimos que nossa vida não pára aqui na terra, que não vivemos por um acaso, mas somos criados por um Deus amoroso que nos sustenta a cada dia e nos garante um Tesouro incorruptível no Céu, a vida adquire um novo sentido.

Temos agora uma meta bem definida, um destino certo: almejamos conquistar o Tesouro. Os desafios, que nos levam a esta conquista, precisam ser superados com entusiasmo e, este é um segredo para viver bem cada dia.

Não espere para ser feliz quando alcançar a meta que deseja. Seja feliz hoje, enquanto busca alcançá-la. O caminho nos oferece também, muitos benefícios. Às vezes, a viagem em si, é mais agradável do que o lugar aonde vamos. Com relação ao Céu, dizem os Santos Doutores da Igreja que não é assim, podemos valorizar cada passo que dermos e cada descoberta que fizermos na busca deste Tesouro.

Tenha hoje um dia feliz e não pare nas coisas pequenas. O Amor já venceu por ti, busca teu Tesouro!

Djanira Silva
Comunidade Canção Nova

O êxito na vida

O ideal é luz que orienta e conduz ao êxito na vida. Antes de Nietszche, escreveu Stuart Mill: “Golpeia teu coração que nele está o teu gênio”. Cumpre arrancar, na luminosidade do amor à vida, o anelo por grandes realizações a bem próprio e dos outros. O ideal é o objeto da mais alta aspiração intelectual, estética, espiritual, afetiva, ou de ordem prática que deve mover todo ser humano na sua trajetória terrena. Ele leva a se apoderar dos obstáculos e a os transformar em pedras para a construção de planos que serão com energia executados. Desta forma é que se ascende aos almos píncaros onde paira a glória, após se passar pelas agruras da escalada, entrajando-se nas refulgências de miríades de benefícios prestados à sociedade. Os desafios se tornam incentivo e na personificação superna de uma aspiração bem direcionada, brilha um venturoso destino. Com efeito, uma grande vida é um ideal realizado persistentemente a cada hora. Toda luta em prol de um nobre fim é contenda santa, que constela esperanças e galvaniza o porvir dos lucipotentes. É o entusiasmo em tudo que se faz em vistas a um projeto de vida que trás equilíbrio entre o passado e o futuro. Trata-se da certeza na possibilidade da própria perfeição nas tarefas de todo instante. Então, sim, se pode trilhar os caminhos do gênio, do santo, do herói. Todos que se acham vencidos nas lutas diárias é por lhes faltar aquele impulso interior que conduz à felicidade do dever cumprido.Ninguém conseguirá fazer uma grande obra se não estiver possuído daquela disposição firme que não admite retrocesso, força que remove todos os estorvos. Hoje muitos são os que carecem de fervor, isto é, do desejo veemente de conseguir algo, comprometimento consigo mesmo de não desanimar nunca, custe o que custar. Um coração excitado pelo entusiasmo é capaz de tudo. Há uma força formidável que irradia a alma ardentíssima inflamada pelo facho de um objetivo perseguido com persistência inabalável. Mister se faz cultivar sempre uma exaltação criadora que é penhor de sucesso, daquelas proezas extraordinárias que marcam a existência dos grandes personagens da história. Derrotada a mediocridade, uma marcha para frente vai firmando uma vida gloriosa que, um dia, conhecerá a recompensa dos justos na eternidade beatificante no Reino de Deus. Para isto é preciso sempre sobrepor o necessário ao supérfluo; o essencial ao meramente útil, evitando-se a dispersão de esforços. Em síntese, é a fuga da letargia, do desinteresse, da indiferença, da apatia, mas num sábio emprego de esforços planejados que impedem a indolência sem levar a um deletério estresse. O mundo seria bem diferente se todos tivessem esta filosofia de vida, pois a esperança impediria todos os tipos de terrorismo, a entrega aos vícios que degradam o ser humano, debelando toda espécie de miséria física, econômica, moral. Diante de tanta mazela neste início de milênio o mundo precisa, mais do que nunca dos intérpretes de novas formas de beleza, de verdade, de espiritualidade. Profetas de uma outra ordem social mais humana, irradiadores de alegria e paz. Isto não é questão de idade, é antes de tudo atitude e coragem fruto de uma mentalidade tenaz. Neste mundo a vitória nunca é definitiva e não é fácil vencer a rotina, a lassidão, o desânimo, mas os corajosos triunfam sempre, movidos pelo magno ideal da busca da perfeição, conhecendo então o verdadeiro êxito na vida.

Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho

O cristão diante do sofrimento

Em primeiro lugar cumpre a quem tem fé que ostente a mesma atitude de Jesus que assim se dirigiu ao Pai no Horto das Oliveiras: “Pai, se possível, passe este cálice; mas faça-se a tua vontade e não a minha” (Mc 14,26). Diante do sofrimento são possíveis estas atitudes: medo, revolta, resignação, aceitação reparadora, adesão redentora. O medo e a revolta indicam falta de fé.

As outras atitudes revelam uma fé amadurecida. Resignação, ou seja, aceitação do sofrimento pacientemente é prova de fé. Musset dizia: “O homem é um aprendiz, a dor o seu mestre, e ninguém se conhece enquanto não sofreu”. O sofrimento aceito resignadamente mostra a grandeza do cristão. Eis as palavras de São Paulo: “... mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência, a paciência a prova e a prova a esperança e a esperança não traz engano ... “ ( Rm 5 3-5).

O cristão afasta todo estoicismo, bem com todo dolorismo mórbido, mas, se a cruz se torna pesada, ele a aceita generosamente, resignadamente com Jesus, em reparação das próprias faltas e dos pecados que se cometem mundo todo, aderindo ao Mestre divino crucificado numa cruz. Tal epígono de Cristo vive as palavras de Santa Tereza: “Sofrer passa, ter sofrido permanece eternamente”! Paul Claudel com razão afirmou: “Feliz daquele que sofre e sabe para que sofre”!

É que “há permutas de amor com Deus que sós se fazem sobre a cruz”, como asseverou Elisabeth da Trindade. Para quem tem fé o sofrimento leva, de fato, a uma profunda união com Cristo. São Paulo afirmou: “Eu só quero conhecer Cristo e Cristo crucificado”! (1 Cor 2,2). Por outro lado, nada purifica tanto o cristão como a aceitação humilde das provações que Deus envia. Enquanto dura a dor física ou moral o fiel é chamado a exercer um papel propiciatória do mais alto valor para o sistema eclesial. Há muitos que a vida toda passam por terríveis aflições, mas, com a proteção de Deus, tudo superam.

D. Oscar de Oliveira, sábio Arcebispo de Mariana, escreveu, certa feita, no jornal O ARQUIDIOCESANO um belíssimo artigo sob a epígrafe “Bodas de Prata de Sofrimento”. Um jovem de São Domingos do Prata que havia ficado paraplégico quis comemorar seus vinte e cinco anos de padecimentos com uma Missa, rodeado de muitos seus beneficiários. É que se formava, por vezes, até uma fila em frente de sua residência e eram pessoas a pedirem que ele oferecesse uma parte de seu dia ou pela conversão de um parente, ou pela cura de determinado doente, enfim, pelas mais nobres intenções.

Chevrier num instante de pulcra inspiração declarou: “Instruem-se as almas pela palavra, mas se salvam pelo sofrimento”! A verdade é que Jesus não recusou nunca a seus melhores amigos a riqueza imensa que a cruz retém em si. Ele foi taxativo com Ananias sobre Paulo que acabava de se converter: “Eu lhe mostrarei, em breve, os sofrimentos que terá que padecer em meu nome” (Atos 9,16).

Não há dúvida: o instante do sofrimento é um teste da fé do autêntico batizado que encontra no Coração de Jesus todo lenitivo. Cristo não mente e ele prometeu: “ Eu vos aliviarei” (Mt 11,28). Acrescentou: “Meu jugo é suave, o meu peso é leve”(Mt 11, 29). Portanto, nada de dramatizar o sofrimento, mas empregá-lo para a redenção do mundo com a força do Alto, devendo o batizado repetir sempre: “Senhor tua graça me basta e é ela que eu imploro”!

(Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho)